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CD independente produzido em 2013, no Rio de Janeiro.

Capa (com foto de objeto feito pelo autor) e folheto de JCMello.

 

Texto do folheto do CD (Dedicado a Hermínio Bello de Carvalho)

RECEITA DE BOLACHA

Pegue uma gaveta de fitas rolo e K7 com registros caseiros e ‘demos’ de composições suas e deixe esquecida por duas décadas e meia; depois, abra a gaveta e faça uma seleção dessas  ‘gravações fósseis’  levando em conta o estado de conservação das fitas e a qualidade dos registros.  Peneire bem até obter um repertório homogêneo, depois coloque no micro e mexa sem parar, limpando cuidadosamente os ruídos, estalos e coisas do gênero. Acrescente algumas pitadas de ingredientes digitais de ponta e depois complete o tempero com uma cuidadosa masterização.  Pronto, a bolacha já pode ser colocada no forno e prensada.  Depois é só servir, de preferência em embalagem própria, que,  no caso, foi  confeccionada por JCMello.
Durante todas as etapas desta receita sonora contei com a colaboração do Geraldo Amaral e do Geraldo Azevedo.  Os temperos finais ficaram a cargo de Carlos Fuchs, que beneficiou & remixou todas as faixas; e  Marcello Hoffer, que  caprichou na masterização final.   O resultado são estas 16 canções, gravadas entre 1979 e 87, muitas das quais nunca foram compartilhadas (pelo que me penitencio aqui) com um público maior do que o formado pelos amigos mais próximos dos compositores e músicos que participaram das gravações.

 

ORIGEM

Quase todas as canções, excetuando Dia Branco, foram gravadas analogicamente. Quatro delas (faixas 2, 3,12 e 13) no TOC-STUDIO, num TEAK de 8 canais,  por Nelson Nuccini; uma em um NAGRA; e as outras,  por Geraldo Amaral e por mim, num TASCAM PORTA TWO: um  K7 de 4 canais, que faz play-back e reduções –  novidade libertadora que, na época, permitiu gravar em casa, com um simples microfone SM-58  e  fitas bem mais baratas que as usadas em estúdio. 

 

 

Esse gravador K7 é o principal responsável pela existência deste disco (cujo título quase foi Biscoito grosso,  justamente por conta da tecnologia de gravação um tanto ou quanto grosseira). Outro título cogitado foi Rascunhos caprichados, que só não vingou porque dá a entender que poderíamos ter feito muito melhor – o que só é verdade quanto à qualidade técnica, porque, em relação ao desempenho, dávamos tudo que tínhamos. De minha parte, para continuar sincero, garanto que não sei fazer muito mais que isso.  Além disso, como  dizem os fotógrafos, quando só dispomos de uma única foto de um determinado acontecimento, ela é incontestavelmente a melhor.  E  o que temos neste CD são 16 gravações únicas: 16 fonogramas  pontas-de-estoque, com algum defeito de fabricação, sim,  mas que – para quem acha, como eu, que na música popular  é  sempre bom manter um certo  grau de amadorismo – podem sair na rua e andar por aí, vestidas assim como estão, sem maiores problemas, ao encontro de novos ouvintes e cantores. 

 

FINALIZAÇÃO   

Esquecidas numa gaveta até 2010, as fitas analógicas originais foram transcritas para CD e convertidas para  a linguagem PRO TOOLS – várias em versões já mixadas em 2 canais (o que permite pouca margem de manobra), e algumas poucas em 4 canais (o que possibilitou  alguns retoques, nova mixagem etc.).  Algumas dessas operações foram feitas ainda em meu pequeno estúdio caseiro, sempre com a ajuda do Geraldo Amaral, mas todo o beneficiamento foi realizado no estúdio do Carlos Fuchs e finalizado no estúdio de Marcelo Hoffer. 

 

                                                                             RRocha 

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